Nascimento de João Batista
Evangelho segundo Lucas (Lc 1:41-43)."Ora, quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança lhe
estremeceu no ventre, e Isabel ficou repleta do Espírito Santo. Com um
grande grito, exclamou: 'Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o
fruto do teu ventre! Donde me vem que a mãe do meu Senhor me
visite?'"
----------
Segundo o Evangelho de Lucas, João, mais tarde chamado o
Batista, nasceu numa cidade do reino de Judá, filho do sacerdote
Zacarias e de Isabel, parenta próxima de Maria, mãe de Jesus.Lucas narra as circunstâncias sobrenaturais que precederam o
nascimento do menino. Isabel, estéril e já idosa, viu sua vontade de ter filhos, satisfeita, quando o anjo
Gabriel anunciou a Zacarias que a esposa lhe daria um filho, que devia se chamar João. Depois disso, Maria
foi visitar Isabel.
Todas essas circunstâncias realçam o papel que se atribui a João Batista como precursor de Cristo.
A Bíblia conta que logo após saber que nasceria seu filho Jesus, Maria foi visitar sua prima Isabel,
mulher de idade avançada, que era casada com Zacarias. Lá chegando, recebeu a notícia de que, por graça especial de Deus, Isabel, que era estéril, concebera e daria à luz um filho. A criança, que, segundo a tradição, nasceu a 24 de junho do mesmo ano em que Jesus veio ao mundo, recebeu o nome Iokanaan - João, em aramaico.
“São João, acende a fogueira do meu coração.” A alusão ao fogo na letra dessa canção popular
também tem origem na Bíblia. Segundo se narra, Maria e Isabel, grávidas ao mesmo tempo, combinaram que a primeira a ter o bebê avisaria a outra, acendendo uma fogueira que pudesse ser avistada a distância no deserto da Judéia, onde viviam. Santa Isabel foi a primeira a acender o fogo, quando nasceu João.
É por isso que hoje as fogueiras são parte fundamental dos festejos do dia 24 de junho, assim como
os foguetórios e balões que, segundo a tradição, acordam o santo, que é muito dorminhoco. Mas também extremamente festeiro.
Ao oitavo dia, João foi circuncidado segundo o costume judaico. Ele cresceu como uma criança
comum, dia a dia e ano a ano, na pequena aldeia conhecida naqueles dias como a Cidade de Judá,
localizada a cerca de seis quilômetros a oeste de Jerusalém.
O acontecimento mais notável na primeira infância de João foi a visita, em companhia dos seus
pais, a Jesus e à família de Nazaré. Essa visita ocorreu no mês de junho, do primeiro ano a.C., quando ele
tinha pouco mais de seis anos de idade.João Batista e o Batismo de Jesus
Ao atingir a maturidade, o Batista se encaminhou para o deserto e, nesse ambiente, preparou-se,
através da oração e da penitência - que significa mudança de atitude,
para cumprir sua missão. Através de uma vida extremamente coerente, não cessava jamais de chamar os homens à conversão, advertindo:
"Arrependei-vos e convertei-vos, pois o reino de Deus está próximo". João Batista passou a ser conhecido como profeta. Alertava o povo para a proximidade da vinda do Messias e praticava um ritual de purificaçãocorporal por meio de imersão dos fiéis na água, para simbolizar uma mudança interior de vida.
João Batista é um personagem importante da Bíblia. “O Novo Testamento descreve as pregações e
os batismos que ele realizava à margem do rio Jordão, em Israel, e que atraíam inúmeros fiéis. Um dos batizados foi o próprio Jesus Cristo”.
No ritual de mergulho nas águas do rio, que ele chamava de Batismo
de Arrependimento, João insistia que os judeus fizessem penitência e se
preparassem para a iminente chegada do Messias – o Cordeiro de Deus. Por
isso, sua associação com o filhote de carneiro.
Pouco antes do descanso do meio-dia, Jesus deixou de lado as suas ferramentas, tirou o seu avental de trabalho e simplesmente anunciou aos três que trabalhavam com ele: “É chegada a minha hora”. Ele foi até os seus irmãos, Tiago e Judá, e repetiu: “A minha hora chegou – vamos até João”. E
então eles partiram imediatamente para Pela, comendo o almoço enquanto viajavam.
Eles pararam à noite no Vale do Jordão e, no dia seguinte, chegaram ao local em que João batizava, por volta do meio-dia. João mal tinha começado a batizar os candidatos do dia. Dezenas de arrependidos estavam na fila, à espera da sua vez, quando Jesus e os seus dois irmãos entraram nessa fila de homens e mulheres sinceros que passaram a crer no Reino que viria, segundo a pregação de João.
João tinha perguntado aos
filhos de Zebedeu sobre Jesus. Ele tinha ouvido falar sobre as observações de Jesus a respeito da sua
pregação, e estava, dia após dia, esperando vê-lo entrar em cena, mas não esperava acolhê-lo na fila dos
candidatos ao batismo.
Absorvido pelos detalhes de um batismo rápido daquele grande número de convertidos, João não
levantou os olhos para ver Jesus, até que o Filho do Homem estivesse bem diante dele. Quando João
reconheceu Jesus, as cerimônias foram suspensas por um momento, enquanto ele cumprimentava o seu
primo na carne e perguntava: “Mas porque vieste até dentro da água para saudar-me?” E Jesus respondeu:
“Para submeter-me ao teu batismo”. João replicou: “Mas sou eu que tenho necessidade de ser batizado
por ti. Por que vieste até a mim?” E Jesus murmurou a João: “Sê tolerante comigo agora, pois cabe a nós darmos esse exemplo aos meus irmãos que estão aqui comigo, e para que o povo possa saber que é
chegada a minha hora”.
João batizou Jesus às margens do rio Jordão, a Jesus de Nazaré, e esse fato é considerado o marco
inicial da vida pública de Cristo. Havia um tom de autoridade e de finalidade na voz de Jesus. João estava trêmulo de emoção, no momento em que se preparou para batizar Jesus de Nazaré no Jordão, ao meio-dia. Assim, João batizou Jesus e seus dois irmãos, Tiago e Judá. E quando João tinha já batizado esses três, ele dispensou os outros naquele dia, anunciando que ele iria reassumir os batismos no dia seguinte ao meio-dia. Quando o povo já partia, os quatro homens ainda de pé dentro d’água ouviram um som estranho, e logo surgiu uma aparição momentânea exatamente por sobre a cabeça de Jesus, e abriu-se o céu, e o espírito do Senhor desceu em forma de pomba, enquanto uma voz se fez ouvir: Este é meu filho bem-amado, no qual pus toda minha complacência, Escutai-o".. Uma grande mudança produziu-se no semblante de Jesus que os deixou, saindo d’água em silêncio, indo na direção das colinas a leste. E nenhum homem viu Jesus de novo por quarenta dias.
João seguiu Jesus até uma distância suficiente para contar a ele a história da visita de Gabriel à sua mãe, antes que ambos nascessem, do modo como por tantas vezes ele havia escutado dos lábios da sua
mãe. E permitiu a Jesus continuar o seu caminho depois que disse:
“Agora sei com certeza que és o Libertador”. Mas Jesus nada
respondeu.
O batismo é assim descrito pela Bíblia: um dia, enquanto João pregava às margens do rio Jordão, aproximou-se dele um moço, aparentando 30 anos de idade, que lhe pediu para ser batizado. João
lhe respondeu: "Como irei batizar aquele de quem não sou digno de desatar a correia de suas sandálias?" O moço, que era seu primo - Jesus de Nazaré, ao qual João, por inspiração divina, teria reconhecido como o Messias - insistiu, e João batizou-o.
Vida de João Batista
É o último dos profetas e segundo o próprio Jesus, "mais que um profeta", "o maior entre os que
nasceram de mulher", o mensageiro que veio diante d'Ele a fim de lhe preparar o caminho, anunciando a
sua vinda (Lc 7, 26 - 28), pregando aos povos a conversão, pelo conhecimento da salvação e perdão dos
pecados (Lc 1, 76s). A vaidade, o orgulho, ou até mesmo, a soberba, jamais estiveram presentes em São
João Batista e podemos comprová-lo pelos relatos evangélicos. Por sua austeridade e fidelidade cristã, ele
é confundido com o próprio Cristo, mas, imediatamente, retruca: "Eu não sou o Cristo" (Jo 3, 28). Quando
seus discípulos hesitavam, sem saber a quem seguir, ele apontava em direção ao único caminho,
demonstrando o Rumo Certo, ao exclamar: "Eis o cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo". (Jo
1,29).
João Batista é o modelo dos que são consagrados a Deus e que, no mundo de hoje, são chamados a
também ser profetas e profetisas do reino, vozes no deserto e caminho que sinaliza para o Senhor,
permitindo, na própria vida, o crescimento de Jesus e a diminuição de si mesmo, levando, por sua vez os homens a despertar do torpor do pecado.
Mais tarde, os evangelistas descrevem João, primo de Jesus, como uma figura de cabelos longos,
barba emaranhada, olhar chamejante, usando traje grosseiro de pele de camelo. Durante sua juventude, viveu no deserto, onde se alimentava de gafanhotos. Ainda jovem, João aderiu à seita dos Terapeutas,
também conhecidos como "essênios" (banhadores) e a partir daí passou a abominar o mal, em todas as
suas formas. Adquiriu a admiração de seus companheiros, e iniciou pregações dentro e fora da Judéia, no ano 15 do Imperador Tibério, pregando às margens do rio Jordão.
João Batista é também lembrado como um homem de grande mortificação. Talvez tenha ele sido
iniciado esta disciplina nas comunidades religiosas do deserto. Mas a tradição lembra, sobretudo seu
caráter profético. Ele é profeta por um duplo titulo. Antes de tudo é profeta no sentido em que essa
palavra era entendida no Antigo Testamento; aliás, João é o maior dos profetas de Israel, porque pôde
apontar o objeto de suas profecias (Mt 11,7-15; Jo 1,1928). Para realçar essa pertença de João à grande descendência dos profetas do Antigo Testamento, Lucas nos narra seu nascimento, permitindo ver através dele o perfil das grandes vocações dos antigos profetas.
Mas o profeta não é apenas o anunciador do futuro messiânico; é essencialmente o portador da
palavra de Deus e a testemunha da presença dessa Palavra criadora no mundo novo.
Não havia escola em que João pudesse graduar-se na idade de quatorze anos, mas os seus pais
tinham escolhido aquele ano como sendo o mais apropriado para que ele fizesse o voto formal de nazarita.
E, desse modo, Zacarias e Isabel levaram o seu filho a Engedi, à beira do Mar Morto. Lá era a sede sulina da irmandade nazarita, e lá o jovem foi devida e solenemente introduzido na vida dentro dessa ordem. Depois dessas cerimônias e de fazer os votos de abstenção de todas as bebidas intoxicantes, de deixar o cabelo crescer e de abster-se de tocar nos mortos, a família rumou para Jerusalém, onde, diante do templo, João completou as oferendas que eram requeridas dos que faziam os votos dos nazaritas.
Aos dezesseis anos, João, em conseqüência de ter lido sobre Elias, ficou tão fortemente
impressionado com o profeta do monte Carmelo, que decidiu adotar a sua maneira de vestir. Daquele dia em diante, João sempre usava uma veste de pele e um cinturão de couro. Aos dezesseis anos, ele tinha mais de um metro e oitenta de altura e estava já quase plenamente desenvolvido. Com os seus grandes cabelos soltos e o seu modo peculiar de vestir-se, ele era de fato um jovem pitoresco. E seus pais esperavam grandes coisas do único filho deles, uma criança prometida e um nazarita para toda a vida.
Ao longo do vale desse pequeno riacho, João construiu nada menos do que uma dúzia de abrigos
de pedra e de currais noturnos, consistindo de pedras empilhadas, onde ele podia vigiar e guardar os seus rebanhos de ovelhas e cabras. A vida de João como pastor, permitia a ele ter uma boa parte do seu tempo para pensar. Conversava muito com Ezda, um jovem órfão de Betezur, a quem ele tinha de um certo modo adotado e que cuidava dos rebanhos quando ele fazia as suas viagens a Hebrom para ver a sua mãe e para vender ovelhas, bem como quando ele ia até Engedi para os serviços do sábado. João e o jovem viviam com muita simplicidade, sobrevivendo da carne, do leite de cabra, de mel silvestre e dos gafanhotos comestíveis daquela região. Essa sua dieta regular era complementada pelas provisões trazidas de Hebrom e de Engedi, de tempos em tempos.A morte de João Batista
Mt 14, 1-12
“Naquele tempo, a fama de Jesus chegou aos ouvidos do rei Herodes. Ele disse aos seus cortesãos: ‘É João
Batista! Ele ressuscitou dos mortos; e, por isso, as forças milagrosas atuam nele’".
----------
De fato, Herodes tinha mandado prender João, acorrentá- lo e colocá-lo na prisão, por causa de Herodíades, a mulher de seu irmão Filipe. Pois João vivia dizendo a Herodes: "Não te é permitido tê-la". Herodes queria matá-lo, mas ficava com medo do povo, que o tinha em conta de profeta. Por ocasião do aniversário de Herodes, a filha de Herodíades dançou diante de todos, e agradou tanto a Herodes que ele prometeu, com juramento, dar a ela tudo o que pedisse. Instigada pela mãe, ela disse: "Dá-me aqui, num prato, a cabeça de João Batista". O rei ficou triste, mas, porm causa do juramento e dos convidados, ordenou que atendessem o pedido dela. E mandou cortar a cabeça de João, na prisão. A cabeça foi trazida num prato, entregue à moça, e esta a levou paraa sua mãe. Os discípulos de João foram buscar o corpo e o enterraram. Depois vieram contar tudo a Jesus. “
A cena evangélica confronta duas figuras contrastantes: João Batista e Herodes. E isto com o
objetivo de mostrar aos discípulos a que ponto se pode chegar, quando se assume uma postura profética.
No fundo, alertava para o que aconteceria com o próprio Jesus. Por ser profeta como João, sorte
semelhante à deste lhe estava reservada. Seria ingenuidade pensar de maneira diferente, ao perceber a
coerência da ação do Mestre.
Herodes é apresentado como um indivíduo imoral, que não teve escrúpulo de tomar como esposa
a mulher de seu irmão. Homem violento, ficou cheio de ódio por ter sido censurado por João. Não o matou logo, por temer o povo que tinha o Batista na conta de profeta. Mas o encarcerou. Homem sem
discernimento. Seu juramento imponderado obrigou-o a agir contra a sua própria consciência. Apesar de ter se entristecido quando a filha de sua concubina lhe pediu a cabeça de João numa bandeja, atendeu-lhe o pedido mandando-o decapitar. Logo, foi um cruel assassino.
João Batista é um homem livre e temente a Deus. Não suporta o abuso dos grandes, mesmo que
seja contra outro grande, como foi o caso de Filipe, irmão de Herodes.
Homem corajoso! Nem a prisão nem a ameaça de morte fazem-no voltar atrás. Sua figura recorda a
dos antigos profetas, rejeitados e assassinados por terem sido fiéis à sua vocação. Acima de tudo, João
encarna a figura de homem de Deus, inabalável quando se trata de testemunhar a verdade.
A morte de João Batista
De fato, João estava trabalhando no sul da Peréia quando foi preso e levado imediatamente para a
prisão da fortaleza de Macaerus, onde foi encarcerado até a sua execução. Herodes governava sobre a Peréia e a Galiléia; nessa época, mantinha residência na Peréia, tanto em Julias, quanto em Macaerus. Na Galiléia a residência oficial tinha sido levada de Séforis para a nova capital em Tiberíades.
Herodes temia libertar João por medo de que ele instigasse a rebelião. Temia condená-lo à morte e
que a multidão causasse motins na capital, pois milhares de pereianos acreditavam que João era um
homem sagrado, um profeta. Portanto, Herodes mantinha o pregador nazarita na prisão, não sabendo o
que mais fazer com ele. Muitas vezes João tinha estado perante Herodes, mas nunca concordara em sair dos domínios de Herodes, nem de abster-se de todas as atividades públicas se fosse libertado.
E essa nova agitação a respeito de Jesus de Nazaré, que crescia firmemente, serviu de admoestação para Herodes, de que não era a hora de libertar João. Além disso, João era também uma vítima do ódio intenso e amargo de Herodias, a mulher ilegal de Herodes.
Em inúmeras ocasiões Herodes falou com João sobre o Reino do céu; ao mesmo tempo em que
ficava algumas vezes seriamente impressionado com a sua mensagem, tinha medo de libertá-lo da prisão.
Para celebrar o seu aniversário Herodes fez uma grande festa no palácio em Macaerus, para os seus
principais oficiais e outros homens de posição elevada nos conselhos do governo da Galiléia e Peréia. Já que Herodias tinha fracassado em causar a morte de João, por apelo direto a Herodes, ela estabeleceu para si mesma a tarefa de levar João à morte por meio de um plano astuto.
No decorrer das festividades e entretenimentos daquela noite, Herodias apresentou a sua filha para
dançar diante dos convidados. Herodes estava muito encantado com a dança da donzela e, chamando-a
diante de si, disse: “Tu és encantadora. Estou muito satisfeito contigo. Peça a mim, neste meu aniversário, o que desejares, e eu darei a ti, ainda que seja a metade do meu reino”. E Herodes fazia tudo isso sob a influência de muito vinho. A donzela retirou-se e perguntou à sua mãe o que deveria ela pedir a Herodes.
Herodias disse: “Vá a Herodes e peça a cabeça de João Batista”. E a jovem donzela, retornando à mesa do banquete, disse a Herodes: “Eu peço que me entregues imediatamente a cabeça de João Batista, em uma bandeja”.
Herodes ficou cheio de medo e de tristeza, no entanto, tinha dado a sua palavra diante de todos os
que se assentavam para banquetear-se com ele, e por isso não queria negar o pedido. E Herodes Antipas enviou um soldado com a ordem de trazer a cabeça de João. E João teve então a sua cabeça decepada, naquela noite, na prisão; e o soldado trouxe a cabeça do profeta em uma bandeja e apresentou-a à jovem donzela, no fundo da sala de banquete. E a donzela deu a bandeja à sua mãe. Quando os discípulos de João ouviram sobre isso, vieram à prisão buscar o corpo de João e, depois de colocá-lo em um túmulo, foram embora e contaram tudo a Jesus.





Nenhum comentário:
Postar um comentário